Intencional Sedução
Quem te diz a ti da vida?
Porque estas e não outras,
as cores
dos sons que vão lá fora,
na chuva nos madrigais?
Porque assim e não noutro sentir?
Quem é que detrás dos teus olhos,
põem fragor nas flores
e nas distâncias?
Quem é esse que cala ante a beleza,
que protege e não deixa?
Quais as vontades expressas,
num entardecer ou num bule de porcelana?
Tanta tranquilidade à mesa,
pressupõem sintonia e destreza,
quem é então aquele que em ti,
te diz vida e processa no sopro do vento:
tua vontade ou o teu acordo,
tua acção ou esperta solução?
Terás do animal o ânimo revolto
e exposto,
para seres esse que te grita em silêncio,
sangue, carne, nervo e músculo,
ou vais na derrota
com os outros, ao som do seu alarde?
Jorge Humberto
(08/01/2004)