Escultura de Efebo de Dresde.É réplica Romana.
Escola de Policleto,séc. V a. C.



Teu corpo de Amor

Olhos que olham,
Sem ver, do arco-íris, as cores;
Ouvidos que ouvem,
Sem escutar o trinado das aves;

Narinas que cheiram,
Sem aspirar o perfume das flores;
Mãos que tateiam,
Sem sentir formas suaves;

Boca que beija,
Sem sorver o gosto da paixão;
Coração que pulsa;
Cumprindo a missão biológica;

Pernas que andam,
Sem procurar a minha direção;
Cabeça que pensa,
Impulsionada pela lógica;


Que quadro mais triste,
O corpo que em ti existe!
Sem amor...Sem sentimento
Sem emoção...Sem movimento...


Quero amar-te, fazer-te querido!
Quero mostrar-te meu prazer contido!
Se me escutares, se disseres sim;
Sorrias, simplesmente, sorria a mim.

Comigo será feliz, pela vez primeira...
Desenhar-te-ei um mundo a minha maneira

Verás cores que nunca olhaste...
Escutarás melodias que nunca escutaste...
Aspirarás aromas que nunca cheiraste...
Sentirás formas que nunca tocaste...
Provarás a paixão de beijos que nunca tiveste...

Teu coração baterá intensamente...
Tuas pernas andarão velozmente...
Tua cabeça pensará emocionalmente...
Ao me veres, tão somente!