Enfadonhas tardes domingueiras
Andando pelos becos
Pelos guetos
Muita coisa vi
Percebendo muitas vezes
O real do surreal
Muita banalidade
Pura enfermidade
Santa insanidade
Mas tudo
Tudo deixa de insípido ser
Quando estou ao teu lado
Em presença carnal
Ou espiritual
Tu alimeta
Minha alma
Apazigua meus psicóticos medos
Anseios
Sim foi aqui neste ponto
Nesta encruzilhada
Que segui pela tua estrada
Pelo caminho sereno
Que apenas leva
A enconstar no teu peito
Sentar no teu colo
Sentir o teu cheiro
Amo simplesmente amo
Mas quem disse que amar
É coisa simples
Nada, nada
Para muitos amar é cilada
Me perdoem os insatisfeitos
Mas amar é coisa séria
Estar assim sempre
Evoluindo
Amar é muito mais
Do que todos os poetas
Já tentaram descrever
Amar é sentir
Todos os sintomas
Todos os efeitos
Todos os bens
Todos os males
A cura só se encontra
Quando os amantes
Estão lado a lado
Deitados extasiados
Amar é simplesmente deixar amar
Parar de conjecturar
Como o faço agora
Deixa a porta aberta
A janela escancarada
Que numa tarde qualquer
Ele chega
Te surpreende
Foi assim que aconteceu
Tarde de domingo
E eu que nunca gostei
Das enfadonhas tardes domingueiras!
Ao meu lindo menino de olhos absurdamente castanhos Júlio Damásio!!!