Enfadonhas tardes domingueiras

Andando pelos becos

Pelos guetos

Muita coisa vi

Percebendo muitas vezes

O real do surreal

Muita banalidade

Pura enfermidade

Santa insanidade

Mas tudo

Tudo deixa de insípido ser

Quando estou ao teu lado

Em presença carnal

Ou espiritual

Tu alimeta

Minha alma

Apazigua meus psicóticos medos

Anseios

Sim foi aqui neste ponto

Nesta encruzilhada

Que segui pela tua estrada

Pelo caminho sereno

Que apenas leva

A enconstar no teu peito

Sentar no teu colo

Sentir o teu cheiro

Amo simplesmente amo

Mas quem disse que amar

É coisa simples

Nada, nada

Para muitos amar é cilada

Me perdoem os insatisfeitos

Mas amar é coisa séria

Estar assim sempre

Evoluindo

Amar é muito mais

Do que todos os poetas

Já tentaram descrever

Amar é sentir

Todos os sintomas

Todos os efeitos

Todos os bens

Todos os males

A cura só se encontra

Quando os amantes

Estão lado a lado

Deitados extasiados

Amar é simplesmente deixar amar

Parar de conjecturar

Como o faço agora

Deixa a porta aberta

A janela escancarada

Que numa tarde qualquer

Ele chega

Te surpreende

Foi assim que aconteceu

Tarde de domingo

E eu que nunca gostei

Das enfadonhas tardes domingueiras!

Ao meu lindo menino de olhos absurdamente castanhos Júlio Damásio!!!

Julia Lopes Ramos
Enviado por Julia Lopes Ramos em 03/05/2009
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