A VOZ DO TEU SILÊNCIO
TEU SILÊNCIO EM ECO

A ausência de sons incendeia meus tímpanos
Ensurdecedor momento calado.
Como se a implorar fossem pela tua presença
Eco pronunciado em momento profanado.
Nem tua sombra aparece revestida em panos
São trapos revestidos em pele craquelada.
E o aquietamento de teus lábios é descrença
Presença de escárnio em olhos cálidos.
Mesmo distante, ainda, causas incuráveis danos
Teus olhos indiferentes ferem alma carente.
Rezo outras cartilhas, aparto tuas desavenças
Orações não te elevam... Só te reportam.
Visto templos de deuses pagãos e tão profanos
Deuses revogam atitudes e condenam atos ateus.
Não distingo entre tantos credos, a tua herança
Silêncio dos lábios e frieza da alma emana.
Eu regulo minha exatidão... Teu silêncio me beija!
beijo calado qual morcego na noite a sugar...
E os lábios sorvem a saudade, doce-fel mortal
Vida de minh’alma profanada na inocência do leito.
Ainda sou aquela alma açoitada e mui andeja...
Aprisionada aos sentimentos enlouqueço sedenta...
Quero festa com acordes musicais em brados
Em atrozes pensamentos que não sinto e nem ouço.
Renúncias, dissabores... Esquecidos em festival
Não ouso lutar... Meu coração repousa...
Para que tua foto seja colada em outros quadros.
Promover mudanças... Vida em nova moldura ornar...
Denise Severgnini
SoLuNaMRoSa