Sua presença nunca vai ter fim...

Minha alma esta morta

E a casa ficou vazia

Vieram outrens ver seu rosto lívido

Acho que por causa do café

Que outro motivo teria?

Minha alma morta

Estranhos em seu funeral

E eu ali

Mas não ali

Entre ali e acolá

Quem vai entender

Como isso se dar?

Fiquei também triste

Minha alma

Apesar de torta

De silenciosa e absorta

Apesar de abandonar algumas vezes

Muitas vezes

Em momentos de pura inconsciência

Agora ali

Ali minha alma estendida

Ali mesmo onde caiu

Nem uma mesa

Nem um caixão

Nem uma vela

Uma reza

Minha alma ali de rosto no chão

E eu

Eu que não sei que sou

Perdido entre ali e acolá

Como numa prisão

Invencível prisão inimaginável

Ininteligível

Sentia doer

Doer mais que o coração pode suportar

Uma dor

Eu sou apenas uma dor

Uma dor que não me lembro do começo

Que sei nunca vai acabar

Só aumentar

Só aumentar

Até os limites que posso suportar

Alem desses limites

Ela ainda vai gritar

Minha dor

Alem de mim, de minha emoção

Atravessando o universo

Fatiando meu coração

Roendo meu fígado

Minha dor

Minha saudade

Minha alma

Minha alma

Ali

Ali no chão

Outros a observar

Sempre tem alguém

Uns vão outros vem

São sombras

Talvez que também tiveram

Sua alma assim

Se desfazendo na umidade do escuro

Se confundido com a composição do chão

Ou são almas

Procurando um corpo

Alguém com quem se comunicar

Mas minha alma esta morta

E eu nem morto posso está...

Minha alma se foi

Se foi alguma coisa

Deixou de ser

E eu continuo

Com ou sem ela

Do no mesmo ponto

Com a mesma pergunta

O que posso ser

Ser?

Eu existo?

Eu não sei

Mas sei que a dor existe por mim

E vai existir sempre

Sua presença nunca vai ter fim...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 17/04/2009
Código do texto: T1543519
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