Amor, quando tu vens...

Tu vens vestido de anjo rasgado
Asas caídas, face de não quero mais.
Meio roto, meio escaldado...
Lavo-te as feridas... Dou-te a paz!

Tu vens assim um tanto confuso
Pareces vencido de uma  guerra
Descarte, depois de tanto uso...
Acomoda-te em minha terra!

Tu vens, ainda com resquícios
De uma leve ternura guardada
Leio os teus códigos e indícios
Há, então, plástica operada...

Renovado, tu vens dominante
Olvidado das antigas intempéries
Dás ares daquele homem galante
Que conheci nas iniciais séries...

Anuncia-se o amor sonhado
Querido por mim todo tempo
Vivemos, hoje, enlevo apaixonado
Sem dissabores e contratempo!