A Deusa do Meu Destino
No limiar de um novo dia
Vem um sentimento renascer
Uma antiga alegria
Volta aos poucos ao meu ser.
Uma possibilidade
De que a vida seja mais do que isso
Talvez a felicidade
De dois corações e um compromisso
Quem ouviu o destino uma vez
Sussurrando nos meus ouvidos?
Tentei e caí em um mês
Desmaiei e perdi os sentidos...
O destino voltou a chegar,
Dessa vez ele não sussurrava
Resolveu em tom baixo falar
Para ver se eu escutava...
E mais uma vez, não dei ouvidos.
Mais uma vez, tomei outro rumo
No leme da aventura, mudei o sentido
Naufraguei, e saí do meu prumo.
O destino de mim se acercou
Disse claro, em alto e bom som
A que veio, e o que o animou
E eu, surdo, estranhei o seu tom.
Em outro rumo partiu caravana.
Carregada de vãs esperanças
E ao cabo de algumas semanas,
A fatalidade desfez suas tranças
Tempestades de areia e vento
A caravana se perdeu de mim
Junto foi-se todo o sentimento
Sozinho eu, no deserto sem fim.
E o destino ao meu lado parado,
A me olhar com imensa piedade
Gritou acima, abaixo e ao lado
O que achava que era a verdade.
Pôs-se à minha frente, quase a chorar
Naquele momento, deu-se a conhecer
Em minhas mãos, a decisão a tomar
Eu deixei que partisse, por não saber
E Perambulei ainda mais pela areia
Quase perdendo todas as esperanças
Até parar em uma pobre aldeia
Onde brincavam algumas crianças
Riram-se de mim, em sua sabedoria
Porque a deusa do destino a mim amava,
E eu, me achando tão longe, não via
Ao meu lado sempre, ela me acompanhava.
E ali cansei de estar tão consciente
De tentar a deusa entender, só
De ter tanto medo, ser tão consequente
Ouvi seus sussuros, desatei meus nós
Corri ao seu encontro, aceitei seu abraço
Ouvi suas palavras, e por seu e por meu bem,
Formei com minha deusa um pacto, um laço
Me tornar seu consorte, e olhar para o além.