Sem alma, sem nada...
Minha alma anda curvada
E parou para me chamar
Na curva de uma estrada
Olhei-a de longe não querendo
A acompanhar
E permaneci onde estava
Até que ele desapareceu do lugar
Mas o problema
Que tenho que enfrentar
E enfrentar eternamente
Sem dele poder me desvencilhar
É que não posso permanecer onde fico
Nem ir a qualquer lugar
Minha alma é livre
Vai onde lhe der
Eu, que nem mesmo sei se existo,
É que sonho com a liberdade, e insisto
Em me desembaraçar
Dessa ligação antanha
Que me obriga a ir a procurar
Sentindo-a, eu a encontro
Mas não encosto
Que é para ela não se alegrar
Se não posso ter meu sonho
Que tenha ela também pesadelos
No meu corpo ela não vai entrar
E assim
Desde muito tempo
Minha alma vez ou outra vem me chamar
Quer ser minha amiga
Quer me ajudar
Mas ela é curvada
E gosta de me olhar
Principalmente para me chamar
De uma curva de uma perdida estrada
Na verdade
Eu não sei
Se é estrada
Pode ser tudo
Minha alma não me engana
Mas pode ser nada
Esse mundo onde me encontro
A prisão que virou morada
Ouvir dizer que existem seres na terra sonhando com a pessoa amada
Eu quero apenas sozinho fazer uma caminhada...
Sem alma, sem nada...