A VOZ DO TEU SILÊNCIO


A ausência de sons incendeia meus tímpanos
Como se a implorar fossem pela tua presença

Nem tua sombra aparece revestida em panos
E o aquietamento de teus lábios é descrença

Mesmo distante, ainda, causas incuráveis danos
Rezo outras cartilhas, aparto tuas desavenças

Visto templos de deuses pagãos e tão profanos
Não distingo entre tantos credos, a tua herança

Eu regulo minha exatidão... Teu silêncio me beija!

E os lábios sorvem a saudade, doce-fel mortal

Ainda sou aquela alma açoitada e mui andeja...

Quero festa com acordes musicais em brados

Renúncias, dissabores... Esquecidos em festival

Para que tua foto seja colada em outros quadros.