ENQUANTO VOCÊ NÃO CHEGA

Há uma calmaria exagerada,

eu sofro imaginando pra quê velas

ao vento, se no relento dos tempos,

só vejo um céu coberto de cinzas?

Neste instante, agoniza um peito em silêncios

que diz mais do que mil palavras, que mil

portos, que mil anzóis, que mil peixes.

Enquanto você não chega ...

desfalece o corpo sobre o barco tonto.

Uma lua ri dessa agonia de espera,

pois sabe ela que alguma noite pela janela,

há de ver corpos amantes, como antes,

em turbilhões de ondas agitadas.

Enquanto você não chega ...

O Sol amanhece em iras de deuses mal dormidos

e o agasalho do abraço sem calor, faz falta.

O aconchego faz falta, o beijo, a mão,

o afago, o tempo é vago e o Sol também faz falta.

Enquanto você não chega,

meu destino aguarda com botes salva-vidas

os momentos de sua chegada.

Aguarda o dia em que sua imagem fria sairá

dos mares da minha utopia e venha boiar em realidades .

EDSON PAULUCCI
Enviado por EDSON PAULUCCI em 30/03/2009
Código do texto: T1514448
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