UMA LETRA A DOIS
Recebo de ti, minha amada, esta
bela letra, que, singelamente,
oferecer-me quiseste, deixando-a
no cimo de minha cama, para que,
de pronto, a pudesse ler.
São palavras, que encerram um grande
significado, quer para ti quer para mim.
Tu sim minha eterna musa… que
por poeta, inspiração me trazes, dia
após dia, onde canto o nosso amor,
com a mesma simplicidade, de uma flor.
Atenta bem, que, essas palavras,
que na folha foram deixadas, têm uma
pequena dualidade, pois tanto podem
ser tuas como minhas.
Aceito-as como tuas, numa linda homenagem,
à minha pessoa…
E se alguma semelhança existe, como
tendo sido eu, a escrevê-las,
é porque estamos, de tal maneira envolvidos,
que ambos nos assemelhamos, no que
temos para dizer.
Vestindo minha pele, na minha ausência,
sabendo de longe, o muito, que és para mim,
foste duas pessoas, na letra que escreveste:
tu por tua pessoa e o que és para mim,
juntando tudo o que para ti sou, por
tua excelência, enquanto Mulher, com «M»
maiúsculo…
Numa forma também, de me trazeres até
ti e não te sentires, ao momento, sozinha,
encarnando nossos dois seres.
Tua a tua letra, para mim… que o conhecimento
é mútuo. E mais ainda:
o que é teu é meu, como o que é meu, sempre foi teu.
Jorge Humberto
29/03/09