MINHA ALDEIA

cabe o mundo dentro,

é só um jardim imaginário.

duas transversais, o centro

de minha alegria, calvário.

onde me alimento

com cactos e cacos

de vida.

bebo água na nascente

da noite enluarada,

sempre cheia,

viva, crescente.

tem uma capela barroca,

erguida em preces e hinos.

uma serra ao lado

do seu olhar.

flores brancas silvestres.

de ametistas, safiras.

lá mora o amar;

que se vê da janela

prestes

a se fechar.

cipós, ciprestes;

mas não se fira

na visão aguda

do oceano.

entre....

aldeia não tem portas,

nem me importa;

se gostar.

faça lá seu habitat.

te levo para viajar

por seus cantos e meios.

te canto um canto novo,

fecho os olhos

para te beijar...

[gustavo drummond]