UMA ÁGUIA

Ela voava de escarpa em escarpa.

E a cada volta, um olhar mais doce.

Era louca aquela artesã dos ventos.

Traçava bordados nas núvens.

Criava ninhos nos cumes.

Lembrou-me assim de você.

Olhos e garras azuis. Sem amarras.

E nós, no ninho em gravetos,

saciávamos o amor em porções.

Naquelas alturas do alto patamar,

as vertigens nos tomavam aos poucos

e quase sem voz, meio roucos

a gente ia caindo...devagar.

E vivia, das aves, todas as liberdades.

Sem amarras...sem medos...sem maldades.

EDSON PAULUCCI
Enviado por EDSON PAULUCCI em 10/03/2009
Código do texto: T1479655
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