ENTRE O NASCER E O PÔR-DO-SOL

No fulgor da idade, de um amor sem

restrições, lado a lado com a natureza,

tudo é viço e extrema beleza.

Um candeeiro de sala, lembra a casa,

projectando sombras de árvores, que,

de par em par, abrem-se à generosidade,

do casal em toda sua sensual entrega.

Corpos nus, dissimulando-se entre folhas,

num contacto permanente, entre o jovial

e a seriedade, entregam-se aos caprichos,

que o desejo não contém, atiçando a libido.

E ali, por entre a folhagem, sempre rica,

num longo beijo, pele com pele se unem,

deitando todo o seu prazer, entre a erva

que cresce, acatando a nudez dos amantes.

Senhor do tempo, a idade, vem devagar, e,

sem que o saibamos, não raras as vezes,

ficamos sós. E onde antes, uma bela floresta

crescia, nada mais resta, que a desolação.

Lancinante grito, corpo envelhecido, cabelo

desalinhado, olhos perdidos no vago, de uma

juventude, que te perdeu a mão, de pouco

te serve uma esperança, que não volta mais.

Jorge Humberto

09/03/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 10/03/2009
Código do texto: T1478808
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