COISAS DA MINHA CIDADE

Essas manhãs grávidas de maresia,

Essa música suave, bossa sempre nova,

Que embala o meu despertar,

Anestesiando, no peito, as dores

Trazidas pelo dia

E seus compromissos de terno e gravata.

Esse jeito de trabalhar como se brincasse,

Essa piada amorosa, sempre na boca,

Trocando por troça

A seriedade perversa

Da falta de conversa

E do juízo falsamente elevado de si mesmo.

Coisas da minha cidade,

Que nessa incipiente manhã

Me abraça em versos,

Com afeto e delicadeza,

Carinho de irmã,

Gesto nobre de princesa.

- por JL Santos -

jlsantos
Enviado por jlsantos em 02/03/2009
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