COISAS DA MINHA CIDADE
Essas manhãs grávidas de maresia,
Essa música suave, bossa sempre nova,
Que embala o meu despertar,
Anestesiando, no peito, as dores
Trazidas pelo dia
E seus compromissos de terno e gravata.
Esse jeito de trabalhar como se brincasse,
Essa piada amorosa, sempre na boca,
Trocando por troça
A seriedade perversa
Da falta de conversa
E do juízo falsamente elevado de si mesmo.
Coisas da minha cidade,
Que nessa incipiente manhã
Me abraça em versos,
Com afeto e delicadeza,
Carinho de irmã,
Gesto nobre de princesa.
- por JL Santos -