Frágil
Não digamos nada
Fiquemos em silencio.
Qualquer palavra
Pode nos destruir,
Nos tornar estranhos...
Vamos ouvir,
Ouvir nossos pensamentos
Quem sabe se nos esforçarmos...
Sejamos silenciosos.
Tenho medo que tudo desmorone.
Agora que nos encontramos
Não podemos ser precipitados
Vamos dar um tempo
Para que nos acostumemos
Com a idéia de felicidade...
Tanto medo acumulado
Não pode ser de repente dissolvido,
Façamos silencio
Deixemos os sentidos exasperados
Afundarem num grande lago...
Nosso encontro foi tão raro,
Tão improvável tocar tua mão...
E agora que vejo teus olhos
Tenho medo de estragar tudo...
Façamos silencio...
Deixemos que lembranças
De outros tempos nos
Traga alguma sabedoria,
Estamos condoídos,
E um toque pode revelar uma dor...
Achamos, mais de uma vez,
Que tínhamos nos encontrado,
E o desespero nos levou a erros,
Erros que tiveram alguma valia,
A maior, talvez, de silenciar agora...
Não digamos nada,
Agora que parou teu caminhar,
Agora que parei meu caminhar,
Descansemos um pouco aqui
Nesta sobra, depois pensamos no resto...
Depois a gente continua
Sem estarmos mais tão perdidos,
Sem sentir tão presente
A sufocante finitude das coisas,
Das nossas forças em meio à caminhada.
Sim, nós agora nos encontramos
E não importa mais nada,
Não importa as marcas que temos,
Estamos com deveríamos estar
Para este momento de ausente palavra...
Sim, façamos silêncio,
Aqui vai pousar a confiança,
Vai nos tocar o Anjo da esperança,
E vai nos encher de pureza,
E seremos com crianças,
Sim, como crianças...