DESCALÇA POR SOBRE A RELVA

Descalça por sobre a relva, pote na

cabeça, mãos à cintura,

caminhar gracioso, todas as manhãs,

rumas directo à fonte, de suas águas

cristalinas, e ali ficas, por momentos,

escutando, o som da natureza e o

galanteio dos rapazes,

enfeitiçados pela tua singela beleza.

Como que, envergonhada, a meio,

a tantas palavras, dirigidas à tua pessoa,

apercebeste do súbito fluxo do sangue,

indo instalar-se rapidamente,

no teu rosto, feminino.

Não perdendo a compostura,

já com o pote, cheio de água, sem mostras

de qualquer esforço, leva-lo à cabeça, e,

encontrado o equilíbrio certo,

sem olhar para trás, um instante sequer,

de novo, mãos à cintura e de

pés descalços, por sobre o fresco da relva,

gradualmente caminhas, de volta à aldeia.

E chegada a noite, aberta a janela, de

teu quarto, apaixonadamente aguardas,

que de entre os arbustos,

surja a figura, de teu desejado poeta.

Jorge Humberto

30/01/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 31/01/2009
Código do texto: T1415015
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