POR AMOR
No lânguido e suave silêncio
dos pensamentos meus,
pratico a arte de esquecer.
Abandono-me ao arrepio dos ventos
e deixo os reveses da vida
serem varridos para a não existência.
Nas profundas fontes da memória,
mantenho a receptividade de espírito
tanto na doce acalentura do sol,
como no melancólico nublado das nuvens,
em que uma tristeza fina
toca o meu coração
além do alcance da alma!
O bálsamo das flores
que não me impressionavam mais,
volta-se para mim agora,
como verdadeira essência da vida.
Imaginando cintilantes reflexos do sol
nas águas de um lago azul,
a poesia inunda o meu ser e sonho,
arrastado no espaço-tempo,
o sono interminável dos que vivem
o altruísmo na alegria e na dor,
vivendo só por amor!