NO VAZIO DA ALMA, O AMOR...

O vazio do qual se embebe a minha alma,

Não há que ti incomodar, se não o queres,

Porem já não mais, se faz em mim tua ausência,

Por que ingeri tuas palavras, sem o sabor da vingança.

Remolvi os restos, que amargavam em minhas entranhas,

Expelindo pela língua impropérios a carência.

Enquanto desce, me ergues ao cimo do pedestal,

Por guirlandas do saber, o meu espírito se reveste,

Nos pequenos grãos de areias, que sobre o ar esvoaçam,

Impregnas teu corpo, tua alma e tuas vestes.

Sem que possa discernir nesses códigos o sinal,

Da força que reconstrói a alegria do viver,

De quem ao espírito fecundo enobrece, e,

Não permite descer aos labirintos que desgastam,

Uma imagem deixada na verdade e no querer.

E lá do topo, esplendido desce o homem,

Que se deu ao saber, como em um elo à perseverança,

Deixando sobre as asas da intriga e desamor,

O fosso de palavras falsas que magoam,

Deixando para trás o rancor, a dor e a desesperança.

Rio, 14 de janeiro de 2009

Feitosa dos Santos