SÃO DE TODOS MEUS VERSOS

Nesta folha branca, onde minhas

palavras, encontrarão ou não,

seu significado, tomo-a para mim,

quando, no fim, a vós vos pertence,

lendo ou não, o que nela deixo.

E na brancura da folha, em toda a

minha cortesia, espalho fragrâncias,

de mil flores colhidas, de modo

a levar-vos, um lindo jardim, que,

em vossas mãos, rosas hão-de ser.

E enquanto a alva folha, se dispõe,

em toda a sua generosidade, a

aceitar os meus versos, serão vocês,

leitores, a comungar com eles ou

tão só ignorando, o que estais lendo.

Como neve, ante meus olhos, a folha

(tão vossa, e, da qual, tomo liberdade,

de dela fazer uso), pede-me que aflore,

sobre o amor, como único meio, de

virmos a alcançar, a harmonia perfeita.

E assim, quando escrevo, para todos

vocês, deixando de ser meu, para ser

vosso, o que escrevendo vou, eis, que,

aí está, o amor maior, que conheço,

dando-vos meu dom, sem reticências.

Sentado num penhasco, e, descendo

o sol, sobre mim, guardo, ao longe, o rio

sem fim, aquele, que agora vos oferto,

nestas frases, que são de água, matando

a sede a quem lê, o que sempre foi deles.

Tudo que escrevo ou não escrevo, enfim,

nunca foi meu, apenas consciência de

muitos, que deram-me o privilégio, de

exercitar meu pensamento, por de forma a

chegar até todos, através de sua grandeza.

Por isso, também, não poderei esquecer,

minha Musa eterna, pessoa minha, tão

amada, que me trouxe, da humildade, à

verdade, que deve reger, todo o homem,

de boa vontade, para com os demais.

Jorge Humberto

13/01/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 14/01/2009
Código do texto: T1384700
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