POETA MENOR

POETA MENOR

Posso ser o poeta menor,

Mas tenho a grandeza das flores

E o perfume da manhã

Cheirando a terra molhada!

Posso ser o mais pequeno

Mas tenho no gesto a força da alma

Na inspiração crio amor

Nas lágrimas reinvento a saudade!

Podem chamar-me ilusão

Mas vivo no crepúsculo

As certezas dos horizontes

Os encantamentos das ninfas!

Podem-me chamar, clamar, pedir

Que cale meus versos, que rompa

As folhas, verta a tinta, rasgue o papel

Mas não destruam minha consciência!

Podem ver-me como pó e lama,

Silêncio, timidez, desalento

Sem conhecerem que sou eu

No meu trono de pedra informe!

Podem conjugar o verbo poder

Mas não podem matar meu grito

Que embora seja de poeta menor

Tem raiva, Vida e Esperança!

Porque na menoridade sou o maior

Alcanço as estrelas e sacudo o céu

Tresmalho ventos, agarro tempestades

E criou o poema que sendo de todos, é meu!

José Domingos

Jose Domingos
Enviado por Jose Domingos em 30/12/2008
Código do texto: T1360223
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