BARCO À DERIVA
BARCO à DERIVA
Regressei no barco à deriva no mar
Plasmado de tormentas, desenganos
Que nem mesmo nos oceanos
Cabiam as lágrimas do meu chorar!
Era o navegar, sempre navegar
Entre o céu e abismos dos arcanos
Onde choram as preces dos humanos
Braços estendidos sem abraçar!
Talvez fossem ondas, num marulhar
Agitado de pensamentos profanos
Palpitantes, tremendos, tamanhos,
Como grande é o mar do teu olhar!
Regressei sem pelo menos aportar
Meu navio! Oh ventos levianos
Que afastaste esses tempos hermanos
Num navegar de vida, apenas um navegar!
José Domingos