NAN… MINHA VIDA
Até então, tudo à minha volta, era sofrimento,
dor atroz, solidão, entrando no desconhecido
de florestas, mais escondidas e lúgubres, que
minha mente febril, perdida entre mil receios.
Fome não vinha, apenas um sono constante,
que me esquecia, entre choro e os desgostos,
que dormindo olvidava, até voltar a abrir os
olhos, saindo pra fora de qualquer realidade.
Até que resolvi sair, em definitivo, desta crua
masmorra, que me tolhia, quer braços, quer
pernas, em autêntico atrofiamento, fazendo
com que perdesse toda a coordenação motora.
Enfrentando-me, ajudado plos amigos, roubei
à mentira, todo o seu aspecto de mal conduta,
e, sem mais nem porquê, regressei à poesia,
aninhando-me nos braços acoutados da natura.
Vagueando fiz meus dias, co medo de recaídas,
e, humildemente, todas as pessoas eram boas,
até descobrir, que apenas, servir-se de minha
pessoa, sem escrúpulos, era seu único intento.
Mas o sortilégio, dessa gente mui má formada,
teria de acabar, sem chão nem canções de luta,
então, por entre a confusão, que me quiseram
criar, tábua a tábua, urdi minha novíssima casa.
Por onde tu, meu amor, sem o sabermos ainda,
darias entrada, pelo portão principal, rodeado
de um jardim e cisnes enamorados, que, aqui e
ali, lindas figuras, a criar, nos enaltecia os olhos.
Até que o dia chegou e começamos a namorar,
seguidamente, e, tua forma espontânea de ser,
logo me cativou, por entre palavras muito bem
medidas, de quem teve da vida aprendizagem.
E desde aí, até aos dias de hoje, nunca mais me
senti só, porque, tu, és a minha mais que tudo,
aquela que me dá todo o amor, de que preciso,
convertendo, meu bem-querer, em real dádiva.
Jorge Humberto
21/12/08