PELA MINHA VONTADE
Não… não me digas nada, por favor!
e que eu solte as amarras, deste silêncio,
que me cerca, e, de tanto te procurar,
se faça o nosso encontro, realidade.
Agora que desfrutas, do prazer marítimo,
que te traz o mar, generoso, imenso, em
sua dádiva natural, apelo aos sentidos…
e viajo incógnito, por todos os azuis do céu!
Por isso, e, sem que o notes, pela tua
lembrança, chego-me a ti, descansando,
linda, como sempre, no areal, depois de
um banho refrescante, onda atrás de onda.
E sem que o vejas, pois que me tornei etéreo,
sinto o cheiro de teu corpo, juntando-se ao
do sal do mar, e, vejo-te sorrir, às gaivotas doidas,
que te cercam, na esperança, de uma migalha.
De repente levantas-te e as gaivotas dispersam,
enquanto eu, ser invisível, mantenho meus
olhos pousados em ti, e, toda a graça, de mulher,
acompanha-te, passo a passo, olhando a horizonte.
O sol desceu, e, cobrindo-te, por inteiro, o rosto,
até o próprio mar se envergonha, ante tal beleza.
Cabelo solto e selvagem, olhos cor de mel e um
sorriso, que manténs insistente, em teus lábios…
Quase que te posso tocar, que intenso é o desejo
e a saudade! Mas guardando, cada gesto teu, que
bem conheço, soletro teu nome baixinho, entre
nuvens e o mar, cá mais em baixo, e sinto-me teu.
Por hoje parto, meu amor, guiando-me pelo vento,
mas no fundo estivemos juntos, em cada coisinha,
do qual fizeste o teu dia, e, eu estava lá, observando
teu ser, deixando meu amor sem fim nem barreiras.
Amanhã regressarei, metamorfoseando-me, no que
mais não é do que uma vontade expressa, de meu
ensejo, em estar junto a ti, a qualquer momento,
que o pensar-te, assim o exija, sem nenhum esforço.
Jorge Humberto
29/ 11/08