A NOSSA DANÇA

Quando te vi, na ribalta, das luzes,

tímido deixei escapar um sorriso,

que percorreu toda a sala, na vã

tentativa, de vir a depositar-se, na

beleza de teus olhos, cor de mel.

Notando, que havias reparado em

mim, em silêncio pedi, em nada haver

ter-te ofendido, quando ousei fixar

teus olhos nos meus, libertando assim,

as asas de teu olhar e o meu fascínio.

Tomando o medo, que me assaltava,

enfrentei multidão e o desconhecido,

e, percorrendo o salão, dirigi-me a ti,

apresentando-me, em sagrado espaço,

e, tremendo, ousei pedir-te pra dançar.

Fremi de alegria, quando me disseste,

majestáticamente, que sim, que terias

todo o prazer, em dançar comigo, pois

que te parecera uma pessoa correcta,

e, dando-te o braço, fomos até à pista.

Lembro-me de teu cheiro até aos dias

de hoje, de como caminhavas suave e

sem pressas, senhora de si, comoção

dando vez, a meus tilintantes passos,

que ia disfarçando, acompanhando-te.

Não podia desiludir-te, ao fim deste

tempo todo, assim fui-me libertando, e,

tomando para mim, toda a tua graça,

depressa invadimos a sala, numa dança,

a ninguém indiferente, e, eu, fui feliz.

Até que tive de partir, deixando este

belo sonho, por momentos. E apenas

um pedido te fiz, que jamais olvidasses,

meus olhos nos teus, pois, meu amor,

nessa noite, fomos um do outro.

Jorge Humberto

17/11/08

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 18/11/2008
Código do texto: T1290301
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.