NO SILÊNCIO DA ALMA

O que os olhos não vêem,

Nem sempre o coração sente.

Quando os lábios não revelam

Fica um silêncio profundo.

Aquele que toca a alma,

O som da palavra ausente.

N’algum recanto do mundo,

Um coração que dispara,

Num peito sem esperança,

A dor chega e se instala.

Chora baixo, o abandono;

Vaga qual um cão sem dono,

Sem afeto, sem carinho,

Como um pássaro sem o ninho,

Que não para de voar.

Vai assim desfalecendo,

Sente seu corpo perdendo

A condição de amar.

O pensamento avança,

Onde e com quem estará?

Vai-se a ultima esperança,

Estão os olhos a fechar,

Vai-se o corpo e a palma,

Só o silêncio da alma,

No mundo há de ficar.

Rio, 08 de novembro de 2008.

Feitosa dos Santos