Durma, meu amor

Durma, meu amor

Descanse em paz.

Que estamos sem água,

Cresce a minha mágoa

A tolerância jaz.

É grande o meu pranto

E faz tanto calor.

Durma, meu amor

E tenha sonhos bonitos

Que eu te cubro de carinhos.

Somos tripudiados pelos vizinhos

E tragados pelos mosquitos.

Unimos os trapos

Levando sopapos,

Ouvindo cachorros

E engolindo sapos.

Residimos num pardieiro

Não temos dinheiro, recurso nem saída

Mas ainda cremos

E não desistimos da vida.