Eu não sou apenas o avesso do avesso ou uma antagonista da vida a quem a maioria odeia. Sou uma garota feia em quem Deus assoprou uma alma de poetisa. Sou uma tempestade anunciada por uma brisa.
Sou uma lagarta transformada em borboleta. Mesmo que me cortem as asas. Eu me rasgo diante das pessoas, dispo minha alma em letras.
Jamais reconhecida. Inúmeras vezes humilhada. Comparações foram como pedradas, zombarias me foram açoites.
Amei como os loucos. Aprendi como poucos a sabedoria do silêncio, a beleza da tristeza, na escuridão das noites.
Não contarei uma anedota, não chorarei pelo infortúnio de um dia ter sido quieta. Não acho a vida tão boa, não vivo rindo à toa. Não sou patriota nem pateta.
Eu não sou apenas uma pessoa revoltada, uma mulher sofrida. Sou uma ostra ferida cujas lágrimas tornam - se em pérolas, que às vezes são dadas aos porcos.
Sou uma guerreira. Não tenho espadas nem facas. Minhas armas são minhas palavras.