TORTURA
Ah! Quando este corpo roça o meu,
Rócio que molha, provoca, seduz.
Acende a fogueira, a tocha de luz
e fogo.
Mãos trêmulas vagueiam sem rumo,
rumo as suas fenda e platôs.
Tateiam seus seios, curvas, meios.
Pêssegos de seda, carne mais tenra.
Tez de cetim, lábios carmim,
Caminhos sem fim.
Línguas em bom combate,
Bocas ardentes,
Loucura que bate,
apanha suas coxas.
Deixam estigmas indeléveis.
Seu jeito leve,
Marcas roxas,
Navego por seu porto,
Cai no meu cais.
Aflita, em ais.
Jardim e horto.
Semeio sementes,
Em sua nudez.
Corpo fértil;
Acolhe sensual.
Hora e vez,
Mel, sal.
Olhar cínico,
Trilho suas trilhas,
Mais de mil milhas
de prazer.
Tão bom te ter
em mim.
Gotículas de seiva,
Pingos de sumo,
Assumo
as rédeas de seu galopar.
Calmo, atroz.
Rouca voz,
Grita gritos sem nexo.
Aumenta o compasso
do sexo.
Acelera passos,
Intensifica movimentos.
Linhas, traços.
Êxtase, momentos,
Fúria, tormento,
Prazer anunciado,
Querer saciado,
A pedir bis.
Flor de lis,
Copo-de-leite,
Lírio, delírio,
Gostoso deleite,
Parece não ter fim!...
[gustavo drummond}