pedaços de lua amarela
No meu caminho
haviam árvores, havia sol, havia poesia
mas Drummond já dizia,
no meio do caminho tinha uma pedra
me somavam as arvores, o sol, as luas amarelas
me somavam as poesias, as novidades
despercebida me somaram as pedras
somaram tanto que fizeram um muro
Digo a ele: Ola amigo, imaginei que um dia
iria encontrar o tão malfadado
te constroem por terem liberdade de construir
e ficam presos dentro de seus caminhos
Por esse caminho não pude mais seguir
quem me acompanhava
ficou preso do outro lado do muro
livre que é, não pude acompanha-lo
pois livre não sou de meus sonhos, de meus ideais
ponho a mão no muro frio e o lamento
quebra-lo-ia, atravessa-lo-ia como um fantasma
se o fosse
mas não tive forças, ja o havia tentado
luto em vão com o muro enorme
a escolha não foi minha, boa andarilha que fui
nem lixo deixei pelo caminho
apenas um pedaço de coração e de estrela amarela
um presente pra quem fica do outro lado do muro
e não pode sair para seguir por meus caminhos