LEVE...

Leve,

é leve como neve,

O breve

desejo,

Sem pausa

ou greve.

Quem se atreve?

A ver o peso,

o preço,

o eixo central,

do apreço

sem fim.

Arde tal mel,

Dói que nem carinho,

Vôa como bronze,

por inexistente céu,

de fevereiro.

Vôa colibri,

Bala de anis,

O bem que se quis;

Todos balões,

seduções,

seduzir

sem fim,

Evitam choques,

toques dos jasmins.

Finda antes,

finda ainda,

Amarelo, tarde,

Cauteloso,

Sem alarde.

ouve o canto

da sirene,

da sereia,

a valsa de Viena,

lamento da carpideira,

à beira de um ataque de nervos.

Próximo ao insano,

Ceia sem dono,

Razão primeira,

Motivo último

Multiplica-se...

As veias cheias

de verde sangue,

Clorofila vermelha,

Lambe as sandálias

da diva,

das dálias carentes,

Deusas mortas...

Amplidão,

Profundidade,

Capacidade

Vácuo. Vago

por cais seguro,

Porto firme

Afirma o tempo,

consente o farol

da costeira,

em vão!

Por da lua,

ais, sussurros,

Perdidos na rua,

entornam mercúrio,

Leite dietético,

Patético leito,

Delírios,

Prazeres,

amares.

Um sim com certeza

À rota das estrelas,

A nobreza à vê-las,

Leves...

Sorver os lábios,

sugar hábeis,

ápices dos beijos,

Unos, humídos,

Humus da perdição...

Leve, vira neve,

Nasce breve,

Promessa?

Como pesa

o peso

Da paixão...

[gustavo drummond]