TEU NOME OUTONO

Nascem palavras, que trago no peito,

soletro-as no cair da tarde, em cada

folha, onde um dia cinzelei teu nome,

que agora preenche o chão, ao cair.

Teu nome, Outono, reveste-se de cor,

enchendo pracetas e adros apinhados,

de amarelos e castanhos, e, teu rosto,

vendo o gris do céu, traz a solenidade.

Em cada folha caída, relembro tua tez,

e, com cuidado, modelo teu corpo, co

minhas mãos, juntando folhas ao vento,

guardando-as juntinho ao meu coração.

O frio acentua-se; despem-se as árvores.

E, de passagem, pelo nosso belo jardim,

ocorre-me ver-te, regando-o com afinco,

as flores tristemente já sem suas pétalas.

Jorge Humberto

05/10/08

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 06/10/2008
Código do texto: T1214085
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