O sorrir era de um louco
Os olhos de abutre sobre a mira
Ela poderia fugir, se assim sentisse
O livre arbítrio estirado sobre a mesa
Ela sem saber o queria
Ele à ela só o prazer
Devorar suas entranhas, em orgia
Ela, em seus olhos, amor e entrega.
O abutre ofegante, língua de fora
Ela, a presa, envaidecida
Entoava seu canto aos quatro cantos
Ele de amor nada sabia
Ela entregou-se, em elegia.
O amor tomou-o sem prévio aviso
O dia, sem querer, amanheceu.
Ele enlouquecido a procura. Ela, dele, nem quer saber.