O sorrir era de um louco

Os olhos de abutre sobre a mira

Ela poderia fugir, se assim sentisse

O livre arbítrio estirado sobre a mesa

 

Ela sem saber o queria

Ele à ela só o prazer

Devorar suas entranhas, em orgia

Ela, em seus olhos, amor e entrega.

 

O abutre ofegante, língua de fora

Ela, a presa, envaidecida

Entoava seu canto aos quatro cantos

Ele de amor nada sabia

 

Ela entregou-se,  em elegia.

O amor tomou-o sem prévio aviso

O dia, sem querer, amanheceu.

Ele enlouquecido a procura. Ela, dele, nem quer saber.

Jaqueline Serávia
Enviado por Jaqueline Serávia em 27/09/2008
Reeditado em 28/09/2008
Código do texto: T1198993
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