Desvaneios de Amor
Vento vivo, liberto e soprando
entre os caís escuros e vazios
das ondas quentes morrendo
no pleno deluvio do silêncio...
Mar sedutor que não dorme,
disparando ritmos frenéticos
no torpor da fome que devora
dos amores herméticos...
Sombras dedilhando, saciando,
tremores soltos, suor correndo,
almas unidas, corpos trêmulos
no calor de cada onda...
Boca abrindo caminhos de fogo,
saciando-se nesse sabor do sal
encontrado neste desejo carnal
devorando-te e incendiando-te...
Sangre que aquece e que ferve
nos ritmos de corpos se amando,
nos delírios da febre alucinante e
deste gozo eterno e alucinante...
Ama-me... toma-me... devora-me,
nos cúmulos e mundos da demência,
bebe-me... sacia-me... subjuga-me,
nos loucos desvaneios desta carência
hoje e para sempre.
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Salomé