ALMA CRIANÇA
Açoitava-me o vento cruel do destino,
Quando você chegou como uma brisa suave,
Silenciosamente cativante e transparente.
Seu rosto claro, delicadamente agreste,
Tímido olhar que hesitava em buscar o meu,
Que insistente tentava ver além daquela imagem
De mulher com singelos gestos de criança.
Criança sincera e alma pura.
Cabelos negros lisos ao ombro, contrastando
Alva pele árida, como obra de um artista.
Teus lindos olhos escuros que aos poucos
Rendiam-se aos meus, deixando ver tua alma.
Nossos corpos se uniram, curando em mim
Algumas feridas profundas na alma,
Causadas pelos açoites do destino cruel,
Devolvendo esperança e bom ânimo.
Me fez sentir garoto e seguir a vida,
Retomando de novo a trilha sem medo.
O amor manifestado de forma simples,
Não te dei o meu coração, mas minha alma.
Oásis que encontrei nesta vida para saciar
Meu ser com sede de amor.
É bom estar a seu lado alma criança.
ROBERTO LEI