Breve infância
Ainda vejo, mãezinha, que a vida é uma flor
Vejo as pétalas em sua cor, e seu perfume
Ainda não tão sedutor. Mas logo apresentará
À inocência, o que a vida tem a dar: o amor.
Não que aja medo na criança. Ela brinca.
Ela canta. Ela espanta os seus monstros
Com seus raios radiantes. Não sabe ainda
O que é sofrer, a dor para ela é irrelevante.
Mas o mundo lhe acolherá, cedo ou tarde.
E, enfim, a inocência cessará, cativante.
Pela gostosa ternura de amada, de amante.
Que torna curativo o fogo que nela arde.
Não se preocupe, mãezinha, ainda há tempo,
De extrair uma infância neste breve momento.