"E todos sabiam que ela era apenas uma menina sonhadora. Na verdade, ela era o próprio sonho. Pintado à mão. Uma boneca de cerâmica, incompleta. Um derrame de uma lágrima. À espera por alguém especial, mas em vão. Ela era apenas uma folha, que cai depois de uma longa temporada.

Todos sabiam que ela era o raio do sol. A pedra preciosa. A vida de um ser. A lua redonda. Ela era apenas um pontinho. Apenas uma flor. Desabrochando. Crescendo. Sonhando. Em um dia se tornar borboleta, em um dia sair voando pelo mundo, descobrindo o que este pode esconder.

Todos sabiam que seu sonho era ser livre, que sua espera era longa. Porque ela era ainda criança. Mas já era bem grande. Ela era apenas uma mulher. Ela era um riacho derivado de um rio imenso.

Todos sabiam que ela era o anel que todos querem. Que ela era a felicidade que todos desejam. Que ela era o dinheiro que ninguém pode comprar. Que ela era a vida que ninguém pode reanimar.

Todos sabiam que ela tinha um só objetivo. Ela vivia para uma meta e ela crescia em prol de uma façanha. Florescia para aguardar uma chegada. Que ela sentia um só desejo.

Todos sabiam que ela se arrastava para poder caminhar. Caminhava para poder andar. Andava para poder correr. E corria para poder voar.

Todos sabiam que ela era uma simples pena. Que ela era uma rajada de vento. Que ela era o azul do céu. Que ela era a poeira invisível.

Mas, principalmente, todos sabiam que ela era inesquecível. Não por ser tanto, não por desejar tão pouco. Mas por ser a marca da simplicidade, e do desejo imortal de poder ser livre."