DESPERTOS NOSSOS SENTIDOS

Desperto meus sentidos, ainda

a madrugada é orvalho nas flores.

Tua lembrança vem cedinho

e logo me acorda, para um amor,

que nunca dorme.

Nem nas brumas mais cerradas,

nosso nome deixa de ser soletrado,

como num sussurro, entre os

desvios das árvores adormecidas,

onde só os gatos caminham, sorrateiramente.

Privilégio dos enamorados, contemplamos

finalmente, o sol em todo o seu esplendor,

vindo bem lá detrás do rio,

onde pousou suas mãos, chegada a noite.

E agora, que a manhã, já é uma certeza,

trocamos palavras de amor, e,

no luzir das pedrinhas, à beira-rio,

firmamos uma vontade, um desejo imaculado,

de que todas as águas, se abrirão para nós.

Olhos nos olhos, enquanto a manhã avança,

deitamos olhos na água,

bem dizendo o caminho, por nós traçado,

na manhã primeira, de nosso dia, entregue

ao sortilégio, que mais não é que uma vontade

explicita, de nossos corpos unidos, para sempre.

E a natureza, contemplativa,

pressentindo o desfecho final da manhã,

em que eis é chegada a hora de nossa

partida, reserva-nos a gratidão de viver,

em que o amor de duas pessoas,

é a felicidade, de um renascer a dois,

neste imenso jardim, chamado Mundo.

Jorge Humberto

31/07/08

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 01/08/2008
Código do texto: T1107802
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.