O AMOR ANTIGO
Quando ele chega, não tem jeito.
A tremedeira de pernas bobas.
O suor de cachoeiras. Olheiras.
O pulsar sóbrio do coração tonto.
A angústia de lembrar o amor antigo.
O frio na testa e o ego em festa.
A vontade de escrever poemas adocicados.
O medo do replay. O medo do sim.
Mas, como sempre, não tem jeito.
Dá sempre um branco sem graça.
Gesso no passado. Tinta nova.
O futuro não pode ser fosco.
Brilho total, enquanto o tempo
não o jateie. Com areias do novo.
Do novo amor que chega.
Quando ele chega, não tem jeito...