Vidas desgarradas

A chuva fina da esperança
prometia um inverno que nunca chegou...
Plantamos a dourada semente de vida!

Mas a safra e a colheita nunca semearam.
 
Portanto, é melhor dizermos adeus
aqui nesta virada, 

fazer prestação de contas?

Se é que ficou algum saldo...
 
Siga seu caminho, seguirei o meu.
 
Escrevemos nosso livro de lembranças,
 
podemos fechar o romance.

Mesmo sem um último epílogo. 

Nossa imaginação tinha navegado 

através de lagos e oceanos - 

agora estamos na beira de um riacho

que parou de correr, por falta de ninguém... 

Foi tudo tão maravilhoso! 

Quando os sonhos voavam-se livres. 

Felizmente o céu continua azul, 

nossas asas ainda pedem mais vento pra voar. 

Assim, partiremos sem rancores,
 
sem feridas nem cicatrizes. 

Levamos corações mais afinados,

para dançar a última valsa. 

Pelas imutáveis regras do universo,
 
você continuará a ser parte de mim,
 
e eu parte de você para sempre

no ciclo de vidas entrelaçadas.
 
Vivendo sem sermos almas dependentes!
E desgarradas! 

Onde o tudo virou nada!

Vera Fracaroli
Enviado por Vera Fracaroli em 25/06/2008
Reeditado em 27/11/2008
Código do texto: T1051607
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