Vidas desgarradas
A chuva fina da esperança
prometia um inverno que nunca chegou...
Plantamos a dourada semente de vida!
Mas a safra e a colheita nunca semearam.
Portanto, é melhor dizermos adeus
aqui nesta virada,
fazer prestação de contas?
Se é que ficou algum saldo...
Siga seu caminho, seguirei o meu.
Escrevemos nosso livro de lembranças,
podemos fechar o romance.
Mesmo sem um último epílogo.
Nossa imaginação tinha navegado
através de lagos e oceanos -
agora estamos na beira de um riacho
que parou de correr, por falta de ninguém...
Foi tudo tão maravilhoso!
Quando os sonhos voavam-se livres.
Felizmente o céu continua azul,
nossas asas ainda pedem mais vento pra voar.
Assim, partiremos sem rancores,
sem feridas nem cicatrizes.
Levamos corações mais afinados,
para dançar a última valsa.
Pelas imutáveis regras do universo,
você continuará a ser parte de mim,
e eu parte de você para sempre
no ciclo de vidas entrelaçadas.
Vivendo sem sermos almas dependentes!
E desgarradas!
Onde o tudo virou nada!