DESAVISADO

Desavisado, procurei me esconder entre as flores.

Não sabia que amores mal resolvidos tinham

espinhos.

Corri para os campos e tropecei em minhas verdades.

Que verdades! Não eram isso.

Talvez fossem sugestões de vida.

Cambaleando, enxerguei um rio.

Um rio límpido, plácido, bucólico...transparente.

Então mergulhei.

E me vi livre, como convém a quem

foge de si.

Desavisado, não sabia de perfumes.

Nem sabia nadar.

Nem nunca soube voar.