Honra de ser teu amigo
Ah, se me cabe nesta peça da existência
Um papel nobre, mas longe do aplauso,
Que seja o de amigo — com veemência,
Firme como a rocha, puro como o ocaso.
Não trago flores, juras nem promessas vãs,
Mas gestos simples, feitos de silêncio e riso,
Sou aquele que nas batalhas mais insanas
Luta ao teu lado — e nunca por juízo.
Sou o que ri contigo quando a dor se cala,
O que caminha mesmo quando não pedes,
Que se cala ao ver teu mundo em fala,
E defende tua ausência como quem te mede.
Pois há nobreza na arte da amizade,
Mais do que em conquistas ou amores fugidios.
Ser teu amigo é viver a lealdade
Como espada, honra, e abrigo em dias frios.
Não desejo glória, beijos nem vitórias,
Mas sim o privilégio de ouvir teu pensar.
Ser página das tuas pequenas memórias,
E o ombro certo se um dia quiseres chorar.
Pois se o amor é chama que tudo arde,
A amizade é brasa que nunca se apaga.
É ternura em forma de estandarte,
E é por ela que a alma se embriaga.
Então, se alguém te perguntar quem sou,
Não digas poeta, ou cavaleiro perdido…
Diz apenas — com um sorriso que perdoou —
“É apenas ele… o mais fiel dos meus amigos.”