CATUAUÁ (Gente Boa)
Gente boa e descente;
Até quando erra,
Dá uma lição a toda gente.
Não tenta explicar, endossar
Ou adoçar o mau discernimento,
Pois está seguro do seu intento.
De coisa séria, diante dele, não ria
E lhe faça logo um favor
"Não meta Deus no meio da putaria"
E nem venha com papo de Saduceu ,
Pois ele vai dizer na lata
"É que meu Deus é diferente do seu".
É ciente de sua humanidade,
Sujeito ao erro, não cobra e não exige
A perfeição qual não lhe pertence,
Mas sabe consertar as próprias veredas
Com justiça, consigo mesmo
E com quem vê pela frete.
Seja pros filhos ou para ente mais distante
‘Cabeleira de prata’ tem coração gigante
A justiça e a caridade não lhe são deserto,
Pois a sua bondade não tem endereço certo
Não impõe autoridade e nem passa em rosto
Faz o que faz, serve ao próximo com gosto.
Leal até ao amigo que se tornara ausente
Mas em suas palavras fraternais
Fez até, pra quem não conhecia,
O famoso Cajabena, ser amigo presente...
Pois parece que até hoje a saudade dói
Por aquele irmão a quem dizia – “fala mói!”.
E assim é Seu Chico
O "cabra homi", nunca vi andar com fuxico
Faculdade começou não terminou,
Mas o cabra fala muito mais aprumando
Do que os muitos bajulados
A quem chamam de “doutô”.
Em sua oralidade não se vê bajulação, paparico...
Num tá nem aí se o cabra é rico
E não fala com o liso entredentes
É no melhor sentido um “cabra da peste”
E, segundo ele mesmo,
É "maior macho do Norte Nordeste".
Pra ele o bem é o melhor curativo
Trata a todos sem polidez pendente
Parentesco parece ser questão de afinidade,
Pois não existe um rol taxativo de parente.
E assim é o gente boa,
Não olha os bolsos de ninguém,
E não faz acepção de pessoa,
Pois ele é, simplesmente,
Um cristão, um ser humano, coerente.
*Para Francisco Antônio Carlos Rodrigues
– Mestre In Scientes Vivere Honoris Causa
Pela passagem de seu aniversário, em 29/03/2022.