MEUS PARÇAS NÃO TENHO
MEUS PARÇAS NÃO TENHO
O tempo é sinistro em meu ser,
Enquanto não sei contar dias,
Nem ouço o vento a dizer,
Se um dia eu terei alegrias.
Pensava no eterno convívio,
Mas isso também não vou ter,
Porque tudo aqui tem o vício,
De nunca vir a nos pertencer.
Apenas é tudo emprestado,
Até a mais louca escravidão,
Que faz rico ficar abestado,
E pensar em viver de milhão.
Mas o escambo é justa moeda,
E eles trocam a vida por nada,
Mesmo quando tu és um poeta,
Mas seus versos são de catarata.
São permutas que vêm da escolha,
E às vezes nos salvam de Pirro,
Até mesmo se a formiga na folha,
É a vitória colhendo um suspiro.
Só não digam que estive sozinho,
Ou que meus parças não tenho,
Pois lhes digo que fiz o caminho,
Com a graça que tanto empenho.
E assim não esqueço a herança,
Que me liga ao poder ancestral,
Se o dia de ontem é lembrança,
Que resguardo no meu embornal.
Para ter a água eterna da fonte,
Que me leve através do portal,
E me traga o melhor horizonte,
Sou o amigo dos dias de sal.
MEUS PARÇAS NÃO TENHO
O tempo é sinistro em meu ser,
Enquanto não sei contar dias,
Nem ouço o vento a dizer,
Se um dia eu terei alegrias.
Pensava no eterno convívio,
Mas isso também não vou ter,
Porque tudo aqui tem o vício,
De nunca vir a nos pertencer.
Apenas é tudo emprestado,
Até a mais louca escravidão,
Que faz rico ficar abestado,
E pensar em viver de milhão.
Mas o escambo é justa moeda,
E eles trocam a vida por nada,
Mesmo quando tu és um poeta,
Mas seus versos são de catarata.
São permutas que vêm da escolha,
E às vezes nos salvam de Pirro,
Até mesmo se a formiga na folha,
É a vitória colhendo um suspiro.
Só não digam que estive sozinho,
Ou que meus parças não tenho,
Pois lhes digo que fiz o caminho,
Com a graça que tanto empenho.
E assim não esqueço a herança,
Que me liga ao poder ancestral,
Se o dia de ontem é lembrança,
Que resguardo no meu embornal.
Para ter a água eterna da fonte,
Que me leve através do portal,
E me traga o melhor horizonte,
Sou o amigo dos dias de sal.