ANA E A CHAPADA

ANA E A CHAPADA

Estive naquela casa
De uns bons amigos,
Varanda e aconchego,
Recanto e fazenda.

Ficava tão longe,
Mas tinha sossêgo,
Com um pé de amora,
E o cacau lá na sombra.

Era ali seu lugar,
Minha amiga de mesas,
Junto com o seu par,
E as candeias acesas.

Num retiro nas nuvens,
E o frio com a certeza,
Que nem mesmo o rouge,
Esconde a sua alteza.

De reinar nas montanhas,
Com clientes à bessa,
Tendo pão nas entradas,
E um sorriso de festa.

Em contágio e carinho,
Com as crias ao lado,
O Sol lhe segue o caminho,
Na Chapada de um fado.

Foi assim que vi Ana,
Com um "Son" num gingado,
Junto à mesa e a fama,
E um café bem passado.

E assim vou no aboio,
E trilhando em rabiscos,
Que são trigo sem joio.
Pois é bom ter amigos.