Quatro tons de amêndoas mortalha (in memorial/ de Ângela Ceschin)
Quatro tons de amêndoas mortalha (in/ memorial de Ângela Ceschin)
Vi os olhos dela já se indo ,lagar!
Eram amêndoas ou marfim?!
Mas constrangeu-se de mim,o marfim
se lírios de junco e madresilvas
coloquei no criado-mudo,quando a deixei
e os céus também de azuis,lá fora,
se amendoaram pra ela,e a quis tão minha!i Os olhos dela caírem de amêndoas
e dos meus versos,chorei de azuis todos quanto
haviam feitos,só pra ela!
Não mais eram marfins, amêndoas,meis,azuis,e amarelos só dela,
e me lembrei de remar tantas vezes canoa remando solidão,
e muitos,muito depois
águas azuis,de amêndoas,e marfins
e amarelos,tantos iguais, __eram todos dela __!
Desceu ao jardim,minha amiga maior;
Não o pulso que teimava mel mal e mim!
De que seus olhos jamais seriam de mim rótulos,versos
e poesias tão nuas,vãs;
Teus olhos eram carmim como os lábios tão doutos,por isso eram de si,
teu cheiro de azaléias,jasmim em sua nudez,mortalha,
e que de tantas correntezas destes a mim,e como por herança, velhas canoas,queria todos os cheiros de ti;
Desceram a mortalha,
foi-se o chão,
Tudo ali carmezim,jasmins e dezenas orquídeas,
mas em mim cá dentro,
Tu bens sabe,
Alecrim!!