Anália

A anciã aguarda em doce tempo

tranquila no assento a meditar

Entre leituras e pensamentos

Filhos e netos a lhe rodear

Cabelos como uma nuvem alva

Mente lúcida e voz audível

Olhar miúdo que a tudo observa

Palavras doces, coração sensível.

Ora às almas necessitadas

Ao Deus pai, sempre Louvado.

As maldades sejam retiradas

Que o bem seja conservado

Amiga e fiel companheira

Origens sendo preservadas

Filhos e netos pede Anália

As tradições sejam honradas

“Não sei se estarei para ver”

Diz sorrindo e com emoção

Está perto para acontecer

Aperto suave a frágil mão

Anália, noventa e sete anos e muita lucidez