HORIZONTE UNO - Para Antonio Matos
Meu Amigo chorou.
Ofereci meu ombro e meu abraço
Pai morto, “muitas coisas por fazer!”
Tristeza inestancável, falar o quê?
“Deus sabe o que faz”, menti.
Consolo que me arrisca ao inferno.
Importava estar ao seu lado,
E dane-se o fogo eterno.
A Amizade, de uma vida toda,
Torna-nos seres unos, simbiontes.
E quando a dor a um assoma,
Ao outro, cega os horizontes.
À noite, longe de casa,
Vários pesadelos dormiram comigo
E eu experimentei a dor
Porque chorou o meu Amigo...