Mãos que afagam, mãos que apedrejam
 
Cansei de mim, por não cansar de outros.
Valeu a pena? Não sei até que ponto vale,
Espanto-me ao pensar nesse dito tempo,
Sem limites, sem barreira e sem alento,
Olho-me no espelho e regressivo conto,
Oito, sete, seis... Não mais faria outra vez.
 
Pensando tirei minhas próprias conclusões:
Mesmo para ajudar, precisa-se ver a quem,
Procurar não ir além do que pede o coração,
Ao estender a destra, esconda a outra mão,
Esconda os pés, as penas, que não eternas.
Aprenda cedo, sem receio e medo, diga não.
 
Sem tristeza, sem mágoa, nada desagua,
Não sei, não quero saber, se nada adianta,
Ser piedoso, não significa se ter piedade,
Nas diversas veredas da vida, há falsidade,
Desvie-se sempre dos espinhos e tocos,
Estes são certos, vive-se como se verdade.
 
Sintomas opacos no céu, nunca duvide!
São mantos, que não servem de cobertor,
Ação em subterfúgio, meu caro, estou fora,
Nem ontem, nem hoje e mesmo no agora,
Lembro: amigo, tiziu é quem salta em toco.
Fora estava, fora estou, sem mágoa e troco.
 
Novembro 2014
Feitosa dos Santos