FRATERNIDADE
(Samuel da Mata)

Abre os braços bem amplos e recebe o amigo
Que o tempo a muito de sua mente apagou.
E não franzas a testa, mas lhe esboça um sorriso.
Volta a ser o garoto que com ele brincou

Mata o frango cevado, prepara-lhe um jantar.
O melhor vinho da adega te apressa em tirar.
Não lhe conte os problemas nem os seus dissabores,
Não lhe esnobe riqueza nem lhe peça favores

Não perguntes o que quer nem o que veio fazer,
Não o inquiras acima do que ele quer te dizer.
Não censures os caminhos que tomou em sua vida.
Oferece-lhe chinelo, banho quente e dormida.

Não perguntes quanto tempo ele pretende ficar,
Nem lhe indagues a que hora pensa em se levantar.
Deixa-lhe um chave da casa, informa o seu celular,
Não restrinja os horários para ele te procurar.

Se for agradecido, devolve-lhe um abraço,
Mas se não for educado não lhe pregues um sermão,
E na sua saída, não contabilize seus gastos.
Se te perguntarem quem era, dize apenas: um irmão
Samuel da Mata
Enviado por Samuel da Mata em 24/10/2013
Reeditado em 07/09/2015
Código do texto: T4539371
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